Há certas coisas sérias que chegam a ser engraçadas. No Twitter e no site, alguns leitores me perguntam por que eu teria decidido não comparecer, na semana passada, ao evento em São Paulo que reuniu o ex-presidente Fernando Henrique, o governador Geraldo Alckmin e a presidente Dilma Rousseff. Estado e União celebraram uma parceria para unir os dois programas de erradicação da miséria: o de São Paulo e o do governo federal – na verdade, o evento celebrava uma parceria mais ampla: com os governadores da Região Sudeste. Cheguei a ser criticado em editoriais por supostamente ter me recusado a participar. Antes de mais nada: não compareci porque não fui convidado. É simples assim. Isso não é reclamação ou desculpa; trata-se apenas de um fato objetivo.

 

Diga-se que endosso o sentido do encontro e a parceria feita. A união das três esferas da Administração é vital para o bom andamento dos programas sociais. Foi correto o discurso do governador Geraldo Alckmin quando lembrou, com apreço pela história, que os programas sociais reunidos no Bolsa Família foram criados no governo FHC. Um deles, Bolsa Alimentação, foi implementado por mim, quando ministro da Saúde. Alckmin lembrou apropriadamente que, no fim de 2002, os vários programas atendiam a 5 milhões de famílias.

 

Homens públicos, como todo mundo, têm de lidar com versões e com fatos. Prefiro o mundo dos fatos. Quem fizer uma pesquisa honesta no noticiário vai perceber que sempre defendi a parceria de prefeituras, governos do Estado e União em benefício dos mais pobres. Não só defendi como exerci essa parceria quando ministro, prefeito e governador. Divergências políticas não podem punir os que mais precisam de um governo atuante.

 

Já que defendo o jornalismo como precisão, sugiro uma pesquisa: o PT, sim, quando na Prefeitura de São Paulo, evitou parcerias com o governo federal, do PSDB, tanto no Bolsa Escola como no Bolsa Alimentação.