José Serra assumiu nesta quinta-feira (15/05) o ministério das Relações Exteriores do governo do presidente em exercício Michel Temer. Na próxima quarta-feira (18/05) será realizada a cerimônia de transmissão de cargo ao ministro no Palácio do Itamaraty.

Serra foi eleito senador da República por São Paulo em 2014, com mais de 11 milhões de votos, cerca de 60% dos votos dos paulistas. Em sua vaga no Senado assumiu o primeiro suplente José Aníbal, presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV).

Trajetória – José Serra nasceu no bairro da Mooca na capital paulista, filho de imigrantes italianos. Era estudante de engenharia na Escola Politécnica da USP quando foi eleito presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo e, no ano seguinte, presidente da União Nacional de Estudantes (UNE).

Perseguido e depois condenado à prisão pelo governo militar, depois do golpe de 1964, Serra foi forçado a seguir para o exílio. Sem poder concluir seu curso de engenharia, passou a estudar economia em Paris e em Santiago,  onde obteve o mestrado e tornou-se professor da Faculdade de Economia da Universidade do Chile. Também foi funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) nesse período.

Após o golpe do general Pinochet, em 1973, Serra foi preso no Estádio Nacional do Chile, em Santiago. Conseguiu escapar e refugiar-se na embaixada da Itália. Foi em seguida para os Estados Unidos, onde obteve outro mestrado e o doutorado em Ciências Econômicas pela Universidade de Cornell. E. Seguida, por dois anos, foi professor do Instituto de Estudos Avançados de Princeton.

José Serra retornou ao Brasil em 1978. Tornou-se professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e editorialista da Folha de S. Paulo. Ajudou a fundar o PMDB, a partir do antigo MDB, sendo relator do primeiro programa do partido. No governo Franco Montoro (1983-1987), foi secretário de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo.

Elegeu-se deputado federal por São Paulo em 1986 e reelegeu-se em 1990, com a maior votação do estado e a segunda do Brasil. Na Constituinte, foi  relator de três capítulos, sendo o parlamentar que aprovou a maior proporção de emendas, entre elas a que criou o Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT, e o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste, Norte e centro Oeste. Em 1988 fui um dos fundadores do PSDB, sendo relator do seu programa. Em 1995 foi eleito senador por São Paulo, o mais votado do Brasil. Ocupou os ministérios do Planejamento e Orçamento e da Saúde no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Tem sido considerado até hoje o melhor ministro da Saúde que o Brasil já teve.

Em 2002, Serra candidatou-se a presidente da República, perdendo a eleição no segundo turno para o Luís Inácio Lula da Silva. Nos anos seguintes, elegeu-se prefeito da capital paulista e governador do Estado de São Paulo. Suas gestões na cidade e no Estado foram consagradas pela austeridade, pela quantidade e a qualidade das realizações, em todas as áreas: da Saúde à Cultura, das obras ao ensino técnico e tecnológico.

Em 2010, Serra foi novamente candidato a presidente da República, tendo obtido 44% dos votos no segundo turno e vencido em onze estados. Durante a campanha, insistiu na tese de que a herança deixada pelo governo Lula para seu sucessor seria extremamente adversa, e que Dilma Rousseff era uma candidata despreparada para governar o Brasil.

Em 2014, José Serra foi eleito senador com mais de 11 milhões de votos, perto de 60% dos votos válidos do estado de São Paulo.