21/05/2011

Recebi  comentários muito bons, a favor e contra, sobre o  post anterior, em que trato do livro adotado pelo Ministério da Educação para o aprendizado dos jovens-adultos. Leiam um trecho do livro, primeiro capítulo, página 15:

 

“Você pode estar se perguntando: ‘Mas eu posso falar ‘os livro’?”

 

“Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima do preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as normas linguísticas. O falante, portanto, tem de ser capaz de usar a variante adequada da língua para cada ocasião.”

 

Ou seja, segundo o livro, tudo bem falar errado, mas a pessoa poderá ser vítima de preconceito linguístico. Preconceito envolve discriminação – por exemplo, preconceito racial, sexual, religioso, social. Agora temos também o preconceito linguístico, instrumento de dominação de classe, das classes mais ricas sobre as mais pobres. Você deve falar corretamente apenas para não sofrê-lo. Falar corretamente ou erradamente só depende da ocasião, sustenta a obra.

 

Esse tipo de abordagem está no livro adotado pelo MEC, e vários autores a endossam.  Sem preconceito, não concordo com ela. E me parece errado que o Ministério da Educação a transforme em doutrina oficial, comprando e distribuindo às escolas públicas esse tipo de orientação pedagógica. Os quase 500 mil exemplares custaram R$ 5 milhões aos cofres públicos.