Brasília – O Senado brasileiro aprovou nesta terça-feira (02/06) documento em que reconhece o genocídio do povo armênio promovido pelo exército da Turquia, em 1915, durante a Primeira Guerra Mundial. A Moção de Solidariedade é iniciativa dos senadores José Serra e Aloysio Nunes Ferreira, ambos do PSDB de São Paulo, e foi aprovada por quase a totalidade dos senadores  presentes na Casa, 55 dos 81 parlamentares.

O texto do documento, que homenageia as vítimas do massacre, diz que seu objetivo é “prestar homenagem às suas vítimas e reconhecer a contribuição para a formação econômica, social e cultural do Brasil de milhares de brasileiros descendentes de refugiados armênios”. Durante a sessão em que o requerimento foi aprovado, Serra fez a leitura de um trecho do artigo de sua autoria “Nenhum genocídio deve ser esquecido”, publicado no jornal Folha de S. Paulo, em 24 de abril de 2009.

“Por isso, nenhum genocídio deve ser esquecido, todos devem ser lembrados, seus responsáveis execrados, suas causas e motivações sempre pesquisadas e analisadas, suas brutalidades reconstituídas, suas vítimas homenageadas. Nunca esquecer para que não volte a acontecer”, destacou o senador.

Estima-se que pelo menos 1,5 milhão de armênios tenham sido assassinados de forma brutal na época. O Brasil ainda não reconheceu o genocídio, ao contrário do Uruguai, Argentina, Chile e Venezuela. As Assembleias Legislativas do Paraná e do Ceará também o fizeram, e o Estado de São Paulo instituiu o dia 24 de abril, marco inicial das perseguições, como Dia do Reconhecimento e Lembrança às Vítimas do Genocídio do Povo Armênio.