O senador José Serra participou nessa terça-feira (03) da abertura do Fórum sobre Tabagismo promovido pelo Conselho Federal de Medicina, que teve a presença do professor Stanton Glantz, um dos principais pesquisadores e ativistas do movimento mundial pelo controle do tabaco. Atualmente, Glantz é diretor do Centro de Pesquisa e Educação sobre Controle do Tabaco da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, em San Francisco, Estados Unidos. Na oportunidade, Serra elencou algumas das medidas antitabagistas e a batalha que vem travando contra a indústria do tabaco desde que esteve à frente do Ministério da Saúde, no fim dos anos 1990.

“Entrou na ordem do dia de hoje o requerimento de urgência ao meu projeto que aumenta as restrições ao tabagismo. Tenho certeza que vamos aprová-lo e, já na próxima semana, confirmaremos em Plenário a aprovação do PL no Senado. Conto com a pressão de todos para acelerá-lo na Câmara”, mobilizou Serra. Ele lembrou que, no comando da pasta, fez um grande esforço para o SUS oferecer tratamento gratuito a quem desejasse parar de fumar, incluindo o medicamento bupropiona, adesivos e gomas de mascar (terapia de reposição de nicotina). “Em 2018 foram tratadas mais de 134 mil pessoas”, pontuou.

Por seu trabalho contra a propaganda de cigarro no Brasil, Serra ganhou, como ministro da Saúde, o prêmio “Limpando o Ar” concedido pela Organização Pan-Americana de Saúde, em 31 de maio de 2001 – Dia Mundial contra o Tabaco. Serra ajudou a elaborar a lei que restringiu propaganda de cigarros em postos de venda e articulou politicamente a aprovação do texto no Congresso. A lei proibiu outdoors e anúncios de cigarro na TV e vetou patrocínio da indústria tabagista a espetáculos artísticos e competições esportivas

José Serra que, à frente do Ministério da Saúde, enfrentou de forma inédita a indústria do tabaco, inclusive criando o Programa Nacional de Controle do Tabagismo, salientou que tudo começou quando era governador de São Paulo e lembrou: ”No dia 7 de agosto desse ano o São Paulo celebrou dez anos de implantação da lei de ambientes livres de fumo”. Na época, houve muita resistência, porém a coragem do então governador deu resultado: a prevalência de fumantes na população caiu de 34,8% para 10,1% entre 1989 e 2017, de acordo com dados do Instituto do Câncer (Inca).

Participaram do fórum sobre tabagismo, além do senador José Serra e do professor Glantz, o presidente do CFM, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima; Mauro Luiz de Britto Ribeiro, vice-presidente e coordenador da Comissão para Controle de Drogas Lícitas e Ilícitas do CFM; Tânia Cavalcante, secretária-executiva da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco; e Socorro Gros Galiano, representante da Organização Pan-Americana da Saúde da Organização Mundial da Saúde no Brasil.